NOTÍCIA - Em entrevista exclusiva à Xinhua, o vice-presidente do Brasil, Hamilton Mourão, valorizou a parceria comercial do país com a China e teceu comentários positivos sobre a cooperação bilateral no combate à pandemia e sobre o leilão do 5G. Para Mourão, os recentes resultados comerciais confirmam o bom estado das relações entre os dois países: "Apesar da pandemia, nossas exportações para a China representaram 34% do total das exportações brasileiras entre janeiro e julho deste ano, ante 28% no mesmo período do ano passado." Sobre o leilão do 5G, previsto para o primeiro semestre de 2021, garantiu: "O governo trabalha para que a sociedade possa usufruir dos benefícios das redes 5G. Não distinguimos as empresas pelo país de origem, mas sim pela sua capacidade em oferecer produtos e serviços confiáveis, seguros e, obviamente, a preços competitivos." Fonte: China Hoje.

COMENTÁRIO - Embora tenha afirmado que não haverá restrições a sociedades empresárias por causa de seu país de origem, Mourão deixou claro que as decisões do governo levarão em conta não só critérios técnicos e econômicos, mas também de segurança nacional, conforme estabelecido pelas autoridades competentes. Ao mesmo tempo, ressaltou que a Huawei Technologies é um importante fornecedor de equipamentos para o mercado brasileiro, que questões de segurança poderiam ser resolvidas com um marco regulatório eficiente e que um eventual banimento da companhia chinesa teria um alto custo e atrasaria a instalação da rede 5G. Sendo assim, apesar da pressão estadunidense - vale lembrar que o embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Todd Chapman, havia dito, em julho, que, se o Brasil permitir a participação da Huawei nas redes 5G do país, "haverá consequências" - parece que o leilão do 5G segue em aberto no Brasil, o que é bastante positivo para o país.