Estado da Arte – Rota da Seda

NOTÍCIA – Em novembro de 2021, o Coordenador do Núcleo de Estudos Brasil-China da FGV Direito Rio, Evandro Menezes de Carvalho, juntamente com o pesquisador do Núcleo, Daniel Veras, e com o professor de História e Filosofia Chinesa da UERJ, André Bueno, participaram de uma entrevista com a Rádio Estado da Arte, do Estadão. O tema foi a "Rota da Seda", e a conversa foi conduzida por Marcelo Consentino. A entrevista está disponível no Spotify e tem duração aproximada de uma hora.

COMENTÁRIO – O nome “Rota da Seda” é uma convenção historiográfica do século XIX para designar o fluxo comercial ancestral da Eurásia. Na verdade, não houve uma rota, mas inúmeras, ao Norte e ao Sul, por meio das estepes, dos desertos, das montanhas e dos mares, conectando desde a costa chinesa do Pacífico até as costas atlânticas da Europa e da África, bem como da Escandinávia ao Oceano Índico. Desde os tempos neolíticos até se consolidarem há 2000 anos — muito antes das navegações transatlânticas descobrirem um Novo Mundo e a aviação conectar todas as regiões do globo — as rotas formaram a principal artéria intercontinental do planeta, por onde trafegavam mercadores, viajantes, missionários e peregrinos, permutando mercadorias e ideias, mas também doenças e violência. Nelas os povos bárbaros e exóticos da Europa conheceram as civilizações mais veneráveis da Ásia e receberam delas tecnologias revolucionárias, como a pólvora e o papel. Elas canalizaram as conquistas de Alexandre, o Grande, e de Gengis Khan, bem como as aventuras de Marco Polo e outros comerciantes. Nelas, uma das duas civilizações mais antigas do mundo e uma das duas mais poderosas de nosso tempo, a China, se encontrou com aquela que foi comparativamente a mais poderosa de todos os tempos, Roma. Após as navegações transatlânticas, as rotas perderam muito de seu apelo, mas ainda catalisaram maravilhas modernas como o Canal de Suez e a Ferrovia Trans-Eurasiana. Em nosso tempo, a China planeja investimentos trilionários na Nova Rota da Seda que impactarão diretamente as economias da Ásia, Europa e África, e plasmarão a nova ordem geopolítica global. Fonte: Estadão.