Embraer Deveria Considerar China como Parceira, diz Mourão

NOTÍCIA - No dia 25 de abril de 2020, foi oficializado o cancelamento do acordo de US$ 4,2 bilhões para vender o controle da divisão de aviação comercial da Embraer para a Boeing, acordo esse que teria resultado no maior negócio aeroespacial da história brasileira. Dois dias depois, a Embraer anunciou que abriu um procedimento de arbitragem contra a Boeing, e o Presidente-Executivo da companhia brasileira, Francisco Gomes Neto, disse que não acredita que o acordo com a fabricante estadunidense possa ser ressucitado. Em contrapartida, o Vice-Presidente do Brasil, Hamilton Mourão, afirmou que "há males que vêm para o bem" e que a Embraer deveria considerar a China como parceira da unidade de aviação comercial a partir de agora, pois "nós temos o produto, e eles têm a necessidade. Nós temos a tecnologia. É um casamento inevitável." Fonte: Reuters.

 

COMENTÁRIO - A visão de Mourão parece encontrar respaldo em membros da área econômica do governo. Segundo a Folha de São Paulo, autoridades analisam possibilidade de parceria com os chineses como uma saída para a Embraer, tendo em vista a disponibilidade de recursos e o potencial de crescimento do mercado asiático. Em contrapartida, essa visão não é unânime, e há uma ala do governo que considera que o setor aeroespacial é estratégico para o Brasil e que deve haver maior parcimônia com o plano de privatizações do governo. De qualquer forma, mais uma vez, a China mostra-se como uma possível parceira à qual o Brasil busca recorrer em um momento economicamente delicado, e situações como essa apenas demonstram a importância de se manter uma relação bilateral positiva e saudável com o gigante asiático.