Cientistas do Brasil e da China Descobrem Duas Novas Espécies de Dinossauros Saurópodes

NOTÍCIA – Publicado no dia 12 de agosto de 2021, um estudo da revista Scientific Reports, desenvolvido por cientistas brasileiros e chineses e feito a partir de fósseis encontrados na província de Xinjiang, descreveu duas novas espécies de dinossauros saurópodes. Nessa região, há rochas de 120 milhões de anos, e uma das espécies foi chamada de Silutitan Sinensis. O nome da nova espécie é uma combinação da palavra "silu", que significa Rota da Seda em mandarim, e "titan", uma alusão aos titãs gregos. Esse termo normalmente usado para saurópodes por causa do seu tamanho avantajado. Foram achadas várias vértebras cervicais médias e posteriores articuladas. A segunda espécie, Hamititan Xinjiangensis, foi descrita com base em uma sequência de vértebras caudais anteriores articuladas. Elas são típicas de um grupo denominado de Titanosauridae. Costuma ser raro na Ásia e mais comum na América do Sul, inclusive no Brasil. A espécie foi batizada com a junção do nome da localidade, onde os fósseis foram achados, Hami, e, mais uma vez, o termo "titan". A parceria dos paleontólogos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com os pesquisadores chineses do Instituto de Paleontologia de Vertebrados e Paleoantropologia já tem 18 anos e abarca mais de 20 trabalhos publicados em conjunto. O último estudo conta ainda com a participação de paleontólogos do Museu de História Natural de Beijing e do Museu Hami. Fonte: Estadão.
COMENTÁRIO – Sobre a primeira espécie, conforme explica a pesquisadora Kamila Bandeira, especialista em saurópodes do Museu Nacional da UFRJ e uma das autoras do trabalho, "as vértebras do pescoço desse saurópode apresentam uma série de bifurcações não esperadas, o que indica a presença de outra estrutura, os sacos aéreos, que são prolongamentos do pulmão, mas não se preservam por serem de tecidos moles. Isso faz com que o animal fique mais ‘pneumático’, digamos assim, traz uma leveza inesperada ao animal que não é tão vagaroso quanto se poderia esperar por conta do tamanho". Sobre a segunda espécie, ela afirma que "os saurópodes dominaram o mundo durante o Cretáceo. Na América do Sul, sua diversidade era absurda; um terço de todas as espécies conhecidas é daqui. Esse novo material é um registro antigo para o grupo, que pode explicar que eles podem ter se diversificado muito antes do que se imaginava, na Ásia". Segundo o diretor do Museu Nacional, o paleontólogo Alexander Kellner, um dos responsáveis pelo trabalho, "essas novas espécies de saurópodes são particularmente importantes por serem de uma área onde grandes vertebrados, como dinossauros, não tinham sido registrados até o momento. Isso indica o grande potencial fossilífero desta formação para o estudo não somente de saurópodes, mas também do potencial para outros grupos de dinossauros". Fonte: Idem.