A China Poderia Ajudar o Brasil a Superar a Crise Econômica?

NOTÍCIA – A vitória eleitoral de Luiz Inácio Lula da Silva como presidente do Brasil para um terceiro mandato em 30 de outubro de 2022 deve rever as relações entre Brasília e Pequim. O Brasil está passando por uma grave crise econômica, política, social e ambiental. Combater a pobreza, retomar o crescimento econômico com redistribuição de renda, reindustrializar o país e reverter os abusos ambientais são tarefas urgentes, que exigirão do novo governo uma fineza nacional e internacional sem precedentes. A parceria econômica entre Brasil e China, que avançou muito nas últimas duas décadas, pode ser uma das chaves para reverter a crise que o Brasil enfrenta, mas alguns desafios terão de ser enfrentados com diplomacia e planejamento estratégico. A China é o maior parceiro comercial do Brasil desde 2009, representando quase o dobro do volume comercial que o Brasil importou de seu segundo maior parceiro em 2021, os stados Unidos (US$ 70,5 bilhões), com o qual registrou um déficit de US$ 8,3 bilhões. Fonte: Brasil de Fato.
COMENTÁRIO – A cesta de exportações do Brasil é vulnerável no longo prazo: não é muito diversificada e se baseia em produtos de baixo valor agregado. Os quatro principais produtos que exporta (minério de ferro, soja, óleo cru e proteína animal) responderam por 87,7% do total das exportações para a China em 2021. Enquanto isso, as importações de produtos chineses para o Brasil são altamente diversificadas, com predominância de produtos manufaturados, e com um alto índice tecnológico. A China precisa dos recursos naturais do Brasil para seu desenvolvimento, e o Brasil precisa do mercado chinês para suas commodities. Contudo, a médio e longo prazo, o Brasil precisará buscar maior equilíbrio em sua agenda comercial se quiser voltar a ser uma economia sólida. O Brasil precisará de um esforço gigantesco para reindustrializar sua economia em vários níveis, como investimento em pesquisa e desenvolvimento, treinamento de mão de obra qualificada, financiamento e transferência de tecnologia. Nenhum outro país, como a China, tem condições financeiras, industriais e tecnológicas para cooperar com o Brasil em vários setores promissores, como veículos elétricos, tecnologia da informação, 5G, energia renovável, aeroespacial, biomedicina e semicondutores. Cabe ao Brasil propor um diálogo estratégico de alto nível com a China, que reafirmou no relatório do 20º Congresso Nacional do Partido Comunista da China que está empenhado em ajudar a acelerar o desenvolvimento dos países do Sul Global. “A China está preparada para investir mais recursos na cooperação para o desenvolvimento global. Está empenhada em diminuir a lacuna Norte-Sul e apoiar e ajudar outros países em desenvolvimento a acelerar o desenvolvimento”, disse o presidente da China, Xi Jinping, durante o congresso. Fonte: Idem.