NOTÍCIA - Após explosões no porto de Beirute que deixaram mais de 5.000 feridos e pelo menos 137 mortos, o governo chinês anunciou o envio de uma equipe de médicos e de medicamentos para o Líbano. Segundo Wang Wenbin, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Xi Jinping enviou mensagem de condolências ao presidente libanês Michel Aoun. Além disso, destacou que, "como um país amigo do Líbano, a China está disposta a continuar a prestar assistência, dentro das suas capacidades, para o Líbano superar as dificuldades." Fonte: Hoje Macau.

COMENTÁRIO - A China é um importante cliente de petróleo e de gás do Oriente Médio, onde tem buscado aumentar sua influência como alternativa aos Estados Unidos e à Europa, e enxerga no Líbano uma chance de fortalecer os laços com a região. Em junho, antes das explosões, o chefe do Hezbollah, Hassan Nasrallah, já havia se pronunciado de maneira favorável à entrada de investimentos chineses no país, especialmente no que concerne aos projetos de infraestrutura, argumentando que eles seriam uma alternativa mais rápida que um possível financiamento do Fundo Monetário Internacional (FMI). De fato, o interesse chinês em levar a Iniciativa Cinturão e Rota (BRI) ao Líbano não é novo e pode ser acelerado devido ao novo contexto de intensa crise no Líbano. Considerando uma possível inserção do Brasil na BRI, o recrudescimento da presença da iniciativa no Oriente Médio poderia fornecer novas oportunidades aos brasileiros, não só em termos de relações comerciais e de investimentos, mas também de ajuda em momentos de necessidade.