China Amplia Compra de Carne Bovina do Brasil

NOTÍCIA – Impulsionadas pelo consumo asiático, principalmente da China, as exportações brasileiras de carne bovina bateram recorde neste início de ano. Os resultados projetam um 2022 favorável aos pecuaristas e frigoríficos. Somente em fevereiro, foram exportadas 182.341 toneladas de carne bovina (in natura e processadas), conforme dados da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo). O resultado é recorde para o mês, e a receita alcançou US$ 975,8 milhões. A China não comprava do Brasil desde 4 de setembro de 2021, num embargo de mais de 90 dias motivado por dois casos atípicos da doença EEB (encefalopatia espongiforme bovina), conhecida como "vaca louca". O retorno ao mercado ocorreu meses após a confirmação científica da OIE (sigla em inglês para Organização Internacional de Saúde Animal) de que os casos não traziam danos ao rebanho, por serem de geração espontânea, e não de contaminação. A China comprou 140,9 mil toneladas nos dois primeiros meses do ano, ou 41% do total. Embora tenha visto sua participação recuar —era 47% em 2021—, o total supera os embarques no mesmo período do ano passado, quando o país importou 119 mil toneladas. A redução percentual da China, mesmo comprando mais, significa que os exportadores brasileiros conseguiram ampliar as vendas para outros destinos, entre eles a Rússia. Fonte: Folha de São Paulo.

 

COMENTÁRIO – Especialistas afirmam que nem mesmo os impactos já provocados pela guerra na Ucrânia devem prejudicar significativamente os embarques brasileiros. Os dados da associação de frigoríficos mostram que, só em fevereiro, houve um aumento de 47% no volume e de 77% na receita em comparação com o mesmo mês do ano passado. "Mesmo com a queda na perspectiva de crescimento econômico global [por conta da guerra], o ano para as exportações de carne vai ser bom", disse Marcos Fava Neves, docente da USP (Universidade de São Paulo) especializado em agronegócios. De acordo com ele, os impactos da guerra poderão fazer a economia mundial crescer de 0,8% a 1% a menos, o que significaria uma alta de cerca de 4% no ano. Fonte: Idem.