Brasil e China Arrastam Negociações e Não Renovam Compromissos de Parceria

NOTÍCIA – Com conversas que se arrastam desde 2019, os governos de Brasil e China não conseguiram renovar a tempo os dois principais documentos que definem as diretrizes e as prioridades da relação bilateral. Venceram, em dezembro de 2021, o Plano Decenal de Cooperação entre Brasil e China e o Plano de Ação Conjunta Brasil-China, assinados, respectivamente, em 2012 e em 2014 e que servem de bússola para orientar a relação bilateral no longo prazo. Embora o fim da validade dos textos não tenha maiores efeitos práticos, o fracasso da diplomacia de ambos os governos em atualizá-los dentro do prazo é um reflexo simbólico do esfriamento das relações sino-brasileiras em boa parte do mandato de Jair Bolsonaro (PL). Fonte: Folha de São Paulo.

 

COMENTÁRIO – De acordo com interlocutores, diferentes fatores contribuíram para que os dois governos chegassem ao fim de 2021 sem um consenso sobre o que deveria constar nos novos documentos, tais como a pandemia da Covid-19 e a realização, por exigência chinesa, de praticamente todas as reuniões em ambiente virtual, e os sucessivos atritos que marcaram as relações bilaterais até a demissão do ex-Ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo. Segundo pessoas que acompanham o tema, o clima só passou a ser revertido com a chegada do novo chanceler, Carlos França. Interlocutores destacam, ainda, que, nos pontos mais baixos da relação, houve prejuízos sobre o fluxo de informação que trafega entre Brasília e Pequim, com reflexos também nas conversas que ocorriam na Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (COSBAN), principal mecanismo de coordenação institucional da relação sino-brasileira. De qualquer forma, ambos os governos seguem discutindo a atualização dos documentos. Fonte: Idem.