NOTÍCIA - Sob pressão, o governo Jair Bolsonaro não deve barrar a Huawei Technologies do leilão do 5G no Brasil. Isso porque o banimento da empresa chinesa provocaria um custo bilionário com a troca dos equipamentos e, com a saída do presidente estadunidense Donald Trump da Casa Branca, o discurso ideológico contra a empresa deve ser frustrado na prática, assim como no caso da vacina Coronavac, desenvolvida pela chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, ligado ao governo de São Paulo comandado por João Dória, principal adversário político do presidente brasileiro. Fonte: Estadão.

COMENTÁRIO - O leilão do 5G, adiado algumas vezes, deve ocorrer ao fim do primeiro semestre de 2021, após aprovação do edital pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o que deve ser feito em fevereiro. Embora apenas companhias de telecomunicações possam adquirir as frequências do 5G, a infraestrutura para a nova rede é fornecida por outras sociedades empresárias, com destaque para a china Huawei, para a sueca Ericsson e para a finlandesa Nokia. Apesar da cruzada ideológica contra a Huawei, sob alegações da segurança nacional, vale lembrar que o mais recente escândalo de espionagem mundial não veio da China, mas dos próprios Estados Unidos, que, no fundo, parecem agir contra a companhia chinesa por causa de, principalmente, interesses comerciais e tecnológicos, já que a Huawei é líder no setor. De fato, o Brasil atentará ao seu interesse nacional se retirar o caráter político do leilão e mantiver uma abordagem técnica para o 5G.